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E confira também...

Paralelo à temporada do espetáculo, acontecerá no foyer do Espaço Cultural da Barroquinha, a exposição de Gizelda Alves, socióloga, pesquisadora de cinema e fotógrafa que atualmente ocupa-se com o tema “Violência contra a mulher” no âmbito da pesquisa científica, assim como da documentação fotográfica. Como fotógrafa elabora, há cerca de dez anos, exposições coletivas e individuais, utilizando os formatos analógico e digital.  Suas fotos são apresentadas sempre em preto e branco e tem como Tema: Violência contra a mulher no mundoTítulo da exposição: Violência contra a Mulher: uma Violência sem fronteiras.







A violência contra a mulher é um fenômeno internacional, que atinge as mulheres em todo o mundo, independente de classe social, raça, nível de conhecimento ou idade. Atualmente existem inúmeras pesquisas e programas nacionais e internacionais de apoio ao combate a este problema. Um dos resultados alarmantes mostra que “A violência doméstica é a causa principal da morte de mulheres entre 16 e 44 anos, matando assim, mais do que o câncer e os acidentes de trânsito”(1). Esta violência desconhece fronteiras.

O objetivo deste trabalho é contribuir para o debate internacional sobre a violência contra a mulher no mundo. Para esse efeito, será organizada uma exposição fotográfica itinerante. O deslocamento da exposição por diversas cidades, países ou continentes permitirá à fotógrafa/pesquisadora divulgar e fomentar o debate sobre o tema, tornando visível as marcas deste tipo de violência.
1)  Relatório da Comissão Federal alemã: “Frauen gegen Gewalt”- “Mulheres  contra Violência”,2008.


  
A exposição 

A exposição abrangerá aproximadamente 21 fotos a preto e branco com um formato de cerca 50 x 70 cm, incluindo a moldura. Atualmente ela está sendo mostrada simultaneamente duas cidades na Alemanha. 

Um dos pré-requisitos principais deste material fotográfico é não permitir a identificação da vítima, mesmo quando raramente parte do rosto for fotografado. A participação da mulher fotografada, na escolha da foto é fundamental para possibilitar a conclusão de um trabalho conjunto. 

Esta exposição traz atualmente o apoio do Grupo TERRE DES FAMMES- Münstern- Alemanha. Assim como em Salvador o apoio da SPM/SEPROMI (Superintendência de Políticas Para as Mulheres. Superintendente: Valdecir Pedreira do Nascimento)

 
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LEI MARIA DA PENHA, é preciso saber!


Lei número 11.340 de 7 de agosto de 2006, que entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006. Lei federal que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, definindo-a como uma forma cruel de violação aos direitos humanos, garantindo à mulher, vítima dessa agressão, os meios de proteção contra seus agressores, inclusive com a criação de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
Esta lei tipifica como crime a violência doméstica e familiar contra a mulher provocada por qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, ou seja é um crime grave a violência física, a violência psicológica, a violência sexual, a violência patrimonial e a violência moral. Tudo isso praticado dentro de casa, ou seja, no espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as pessoas agregadas de vez em quando: dentro da família, ou seja, na comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa.
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O Processo (Memória Descritiva)

Desde março de 2009, as atrizes: Edvana Carvalho, Gal Sarkis e Luciana Souza iniciam coletivamente um laboratório de pesquisa, com práticas corporais, leituras dramáticas com investigação e reflexão, sobre diversos temas. Ao perceber que a temática em torno do feminino, estava sempre presente, iniciou-se a montagem cênica do Espetáculo “Quem é Ela?”, utilizando as linguagens artísticas, que têm sido por longos anos, para as criadoras, formas de exercitar, expressar e comunicar com o mundo. 


Sem pretensões feministas, mais com ideais de igualdade, organizam-se no empenho de fazer uma encenação, somando as diversas experiências como atrizes, dançarinas, diretoras, educadoras, escritoras, pesquisadoras e mulheres intencionadas na reconstrução de um mundo melhor.


A cada etapa construída vão somando recursos tecnológicos, novas informações e descobertas que vão dando corpo a uma estrutura pré-concebida.


A direção coletiva foi um novo exercício, também desafiante, mas que não dispensou o auxílio dos diversos olhares de profissionais capazes de contribuir para encontrar o caminho e a direção necessária. Assim se deram alguns ensaios abertos para uma avaliação coletiva entre expectador, técnicos e artistas. Esse processo foi se dando fazendo, refletindo, refazendo, inserindo novos conceitos o que só aumentou o repertório de ações e efeitos estéticos.




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Por que fazer a peça Quem é ela?

Falar do universo feminino nos coloca ao mesmo tempo dentro e fora de um grande leque de questões. Conscientes e muitas vezes cúmplices da própria condição, propomos através dessa montagem, levar ao mais diverso público jovem e adulto um grande debate a respeito de assuntos que percorre toda humanidade, como: submissão, violência, pedofilia, assédio, agressão, poder e força feminina, dando enfoque a Lei Maria da Penha. Tudo isso com humor, poesia, lirismo, informação e grande reflexão que enriquecem a convivência humana.

Mesmo havendo ações políticas e sociais relacionadas ao combate à violência contra a mulher, acredita-se que a utilização das diversas linguagens artísticas tem sido fundamental na sensibilização e na contribuição da formação educacional e de cidadania.

A violência contra a mulher, assunto histórico e contemporâneo, apesar de ter ganho maiores destaques na mídia, ainda não muda muito quando se diz respeito a vida cotidiana.

O universo feminino, as questões que falam da mulher, da sua relação no mundo, do seu papel nas sociedades, da própria violência contra a mulher – assunto tão emergente e que a todo o momento e em toda parte do mundo ouvimos e vemos exemplos diversos – não é algo tão só local, nem atual, mas presente desde sempre.

O desafio de construir um espetáculo com esta temática nos faz reavaliar a nossa condição enquanto mulheres que lutam e que têm no seu histórico ancestral e nas suas relações cotidianas, padrões, retratos, espelhos e experiências semelhantes. E que, ao olhar ao redor, percebe-se que essa experiência apesar de única para cada cidadão, é ao mesmo tempo comum para diversas culturas, seja na nossa periferia, na alta sociedade, na comunidade indiana, qualquer lugar onde a figura feminina seja co-criadora das diversas relações.

Sabedoras das mais diversas ações, debates, informações e instituições voltadas para a melhoria das questões relacionadas à mulher, associar-se a esse contexto além de colocar em pauta essa temática, abrir mais uma via de reflexão sobre nossas atitudes e contribuições no exercício da cidadania, também serve como ação afirmativa e de inclusão social. Pois, traz no seu bojo, a informação, o espaço de compartilhamento, que permite refletir de forma ética a convivência, repercutindo de forma positiva na vida de diversas pessoas, além de estimular relações mais salutares.

Desse modo, esse espetáculo prima para atender ao mais diverso público, especialmente àquele mais carente de informações através da mesclagem de diversos recursos tecnológicos e artísticos que além de entreter, constrói um laço de cumplicidade, algo que nos dias atuais tem sido cada vez mais difícil, quando um produto artístico distancia-se da sua função de sensibilizar. 

Foto: Pedro Sarkis
imagem do ensaio aberto.
 
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